ARACAJU/SE, 14 de junho de 2025 , 16:54:35

Hamas afirma estar preparado para iniciar negociações sobre cessar-fogo em Gaza

 

O Hamas disse estar disposto a iniciar imediatamente uma nova rodada de negociações indiretas com o objetivo resolver os pontos em aberto de um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza proposto pelo enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, segundo um comunicado do grupo terrorista divulgado nesse domingo (1º).

Israel e Hamas têm trocado acusações pelo fracasso até o momento de uma nova tentativa de mediação dos EUA e de países árabes para garantir um cessar-fogo temporário e a libertação de reféns israelenses mantidos pelo grupo terrorista em Gaza, em troca da libertação de palestinos presos em cárceres israelenses.

O Hamas afirmou, no sábado (31), que estava buscando alterações na proposta de cessar-fogo apoiada pelos EUA, mas o enviado de Donald Trump para a região rejeitou a resposta do grupo como “totalmente inaceitável”.

O Egito e o Catar disseram neste domingo que continuam os esforços para aproximar os pontos de vista e superar as divergências, com o objetivo de alcançar um cessar-fogo.

Enquanto isso, o chefe de gabinete das Forças de Defesa de Israel, general Eyal Zamir, determinou uma expansão das operações militares terrestres contra o Hamas para áreas adicionais da Faixa de Gaza, de acordo com o jornal The Times of Israel. Segundo a mesma publicação, os militares israelenses também foram instruídos a criar novos pontos de distribuição de ajuda humanitária para a população civil palestina.

Uma série de incidentes deixou evidente a insegurança em torno da entrega de ajuda humanitária em Gaza, após o afrouxamento de um bloqueio israelense que durou quase três meses.

Nesse domingo, mais de 30 palestinos foram mortos e dezenas de outros ficaram feridos no sul da Faixa de Gaza, próximo a um ponto de distribuição de ajuda humanitária operado por uma empresa norte-americana, segundo autoridades locais de saúde.

Testemunhas disseram que o Exército israelense abriu fogo enquanto palestinos se reuniam para coletar alimentos em Rafah. O Exército de Israel negou ter atirado contra civis — um vídeo divulgado em seguida pelas forças de Tel Aviv mostra um homem encapuzado atirando contra civis.

A empresa americana que istra os pontos de distribuição de auxílio humanitário em Rafah e Netzarim afirmou que distribuiu a ajuda sem incidentes.

Ao menos 47 pessoas ficaram feridas na Faixa de Gaza na terça-feira (27), durante distribuição de alimentos, também em Rafah. Segundo a ONU, a maioria teria sido atingida por disparos de soldados que Tel Aviv chamou de “tiros de advertência”.

Em outro incidente, na quarta-feira (28), duas pessoas morreram após “hordas de famintos” invadirem um armazém do Programa Mundial de Alimentos (PMA), também das Nações Unidas, em Deir al-Balah, no centro de Gaza, de acordo com o PMA.

A FHG é uma entidade com sede nos EUA apoiada por Washington e Tel Aviv que fornece ajuda humanitária em Gaza, contornando grupos de ajuda tradicionais. Começou a trabalhar no território palestino no mês ado e tem três locais de onde milhares coletam ajuda.

A organização tem sido amplamente criticada pela comunidade internacional. Funcionários da ONU dizem que os planos de ajuda da FHG apenas fomentariam a realocação forçada de palestinos e mais violência. Além disso, a organização afirma que vai examinar palestinos que buscam ajuda humanitária em seus centros de distribuição para excluir pessoas ligadas ao Hamas.

O diretor executivo do grupo renunciou em maio, citando o que ele disse ser a falta de independência e neutralidade da entidade. Não está claro quem financia a empresa.

Israel iniciou sua ofensiva em Gaza em resposta ao ataque liderado pelo Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que matou 1.200 pessoas — a maioria civis, segundo informações israelenses — e resultou no sequestro de 251 pessoas, levadas como reféns para Gaza.

A campanha de Israel devastou grande parte da Faixa de Gaza, matando mais de 54 mil palestinos de acordo com autoridades de Saúde locais, que não diferenciam civis de combatentes na contagem, e destruindo a maioria dos edifícios. Grande parte da população agora vive em abrigos improvisados em acampamentos.

Fonte: Reuters

 

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